Rainha Auxiliadora

(...) Te coroamos ò mãe, te coroamos ò mãe, te coroamos ò mãe, nossa rainha...

Quando pensamos em rei ou rainhas, logo nos lembramos de castelos, cavaleiros e dragões. No entanto, o significado dessa denominação vai muito além de um chefe de Estado. No imaginário popular, ao longo dos tempos, rei ou rainha remete a algo soberano, divino, que merece nosso respeito. Talvez isso se explique pelo fato de, historicamente, o rei extrapolar sua função política, exercendo também a religiosa, como uma espécie de sacerdote.

Hoje, com poucas monarquias espalhadas pelo mundo, os títulos de rei e rainha se popularizaram a ponto de recair sobre personalidades da música e do esporte. Chamar Pelé de rei do futebol ou Elvis Presley, de rei do rock, é uma forma de atestar a superioridade ou o prestígio de uma personalidade. No campo religioso, o sentido de rei ou rainha é clássico e contemporâneo, nobre e popular ao mesmo tempo. Há milênios Jesus é tido como rei dos Judeus e da humanidade e Nossa Senhora, rainha dos céus.

Nas orações à mãe de Jesus, Maria de Nazaré, é chamada de rainha com freqüência. Uma das preces mais populares "Salve Rainha, mãe de misericórdia" explicita essa referência. Nossa Senhora é proclamada, pela Igreja Católica, rainha por doze vezes. Rainha dos anjos, dos patriarcas, dos profetas, dos apóstolos, dos confessores, das virgens, dos mártires, de todos os Santos, do Santíssimo Rosário, da paz, concebida sem pecado original e elevada aos céus.

Por tudo isso, eu cresci chamando Nossa Senhora de rainha. E, nesse amor filial, coroando-a como senhora dos meus passos, ouso chamá-la de Rainha Auxiliadora. Essa denominação une o "divino" contido na designação rainha e o "humano" explícito na palavra auxílio. Como Rainha Auxiliadora, Nossa Senhora se mantém soberana e próxima ao mesmo tempo, num sentimento que se traduz em fé.

Eis o encanto de chamá-la, como nobre ou plebeu, de Rainha Auxiliadora.

autor: Daniel Campos